O Forró
Das Pistas para as Pickup's
O Forró não é só um gênero musical, o forró é a manifestação da cultura nordestina brasileira. O protagonismo de Luiz Gonzaga em meados de 1940, saindo da cidade serrana de Exu em Pernambuco, daí o termo Forró Pé de Serra foi o pontapé inicial para difundir esse ritmo cativante e envolvente pelo Brasil a fora com sons originamente emanados por sanfona, batidas de zabumba e o compasso do triângulo. O Pernambucano foi o início, mas há também centenas de outros artistas que deixaram sua marca, sua contribuição e ajudaram a difundir ainda mais o Forró pelo Brasil, entre estes estão, Jacinto Silva, Clemilda, João do Vale, Anastácia, Jackson do Pandeiro, Elino Julião, Genival Lacerda, Dominguinhos, Marinês, Abdias, Azulão, Trio Nordestino, Trio Juazeiro, Os 3 do Nordeste, Dió de Araújo, Oswaldinho do Acordeon, Ary Lobo, Mestre Zinho e tantos outros.
Sem deixar de denunciar os graves problemas sociais, os forrozeiros transformaram em poesia uma vida e realidade marcada pelo descaso, mas recheada de virtude e honradez. Grosso modo, as músicas relatam os eventos do cotidiano do povo nordestino, descrevem as características da paisagem sertaneja, explicam as relações e sociabilidades entre os moradores dos povoados, narram os eventos do cangaço e seus protagonistas, enaltecem os bailes regados a música, namoros e intrigas. As músicas também criticam os poderosos, o preconceito sofrido pelos migrantes nordestinos em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
Já se passaram oito décadas desde que Luiz Gonzaga mostrou aos brasileiros como se dança o baião. Desde então, o ritmo resiste como um dos mais autênticos gêneros musicais, sobrevivendo aos modismos, às súbitas transformações do mercado fonográfico e ao desaparecimento dos seus principais intérpretes.
Peço licença e abro aspas para mim. Sou apaixonado por Forró, divido minha vida entre antes e depois de conhecer este ritmo que tanto amo. E gostaria de deixar registrado aqui, meu agradecimento ao Remelexo Brasil, primeira casa de forró que conheci e hoje tenho orgulho em fazer parte do time DJs da casa. Canto da Ema, segunda casa de forró que conheci em São Paulo e onde fui tão bem acolhido, fiz grandes amizades e tenho um carinho especial. Agradeço também aos artistas contemporâneos, que me fizeram conhecer o forró, sem eles, você não estaria lendo esse texto, eles honram os mestres do passado e fazem com que o forró seja resistência nos tempos atuais. Meu muito obrigado a Banda Falamansa, Rastapé, Bicho de Pé, Forróçacana, Raiz do Sana, Circuladô de Fulô, Trio Forrozão, Zé Ramalho, Alceu Valença, Fagner, Chama Chuva, Caiana, Arleno Farias, Praieira, Trio Sabiá, Trio Virgulino, Trio Dona Zefa, Flávio José e tantos outros.